Razão e ciência estão de volta no século XVIII na Europa. O ser humano mais uma vez quer explicações racionais sobre a ciência, física e tudo o que acontece a sua volta. Nessa época, há destaque para as descobertas do físico Isaac Newton a respeito da gravitação universal, e a pesquisa científica como explicação sobre os fenômenos da natureza. Perde força as crenças divinas e mais uma vez a fé é contestada pela razão.
Os filósofos que marcam o período são: Descartes, Voltaire, Diderot, Rousseau e Montesquieu. Todos esses usam a razão como ponto de partida para seus trabalhos. A razão é comparada como a luz interior. O conceito que valoriza o conhecimento científico e racional ficou conhecido como iluminismo.
Diderot e Alembert publicaram enciclopédias, principais expressões do iluminismo e continham conhecimentos filosóficos e científicos de sua época.
A postura iluminista abrange três conceitos: razão, natureza e verdade.
Os salões aristocráticos do mesmo século foram invadidos por jornais e panfletos editados.
A Música Clássica
As pessoas usam o termo “música clássica” se referindo na categoria popular ou clássica, mas para os entendidos do assunto, “Clássico” com C maiúsculo indica o período, que é Clássico.
A palavra “clássico” vem do latim classicus que indica um ser da mais alta classe ou de primeira classe.
O estilo clássico dá sinais nos últimos anos do barroco. A trio-sonata barroca gradualmente é substituída pela sonata clássica, e a abertura italiana transforma-se na sinfonia clássica.
O final do período clássico é marcado com a morte de Beethoven (1827).
A primeira fase é marcada pelo estilo galante, amável e cortês com o objetivo de agradar o ouvinte. Depois passa ao estilo clássico, com graça e beleza.
A orquestra a princípio, conservou o cravo contínuo, mas com o tempo caiu em desuso e instrumentos de sopro passaram a ser mais utilizados. Na primeira parte do período, as orquestras ainda eram pequenas com a formação variável: uma base de cordas acrescidas de duas trompas e um ou duas flautas, ou dois oboés. Logo, os compositores passaram a usar juntas as flautas e os oboés, além de incluírem um ou dois fagotes, e às vezes, um ou dois fagotes e, em certas ocasiões, dois trompetes e um par de tímpanos. As clarinetas passaram a ter seu lugar certo já no final do século XVIII, quando as madeiras se tornam uma seção independente dentro da orquestra.
Predomina mais a música instrumental do que a vocal. Muitas escritas para o pianoforte ou “piano” na forma abreviada. O pianoforte foi inventado em 1698, por um italiano chamado Bartolomeu Cristofori, que por volta de 1700, já havia concluído a fabricação de pelo menos um desses instrumentos. Ele o chamou de gravicembalo col piano e forte , ou seja, “cravo com suave e forte”. No cravo, as cordas eram tangidas e no piano são batidas por martelos, podendo ser suaves ou fortes, depende da força que o pianista coloca nas teclas. Também podiam usar o legato e o staccato.
O “baixo de Alberti” foi muito usado por compositores nessa época e consistia em harmonias simples e repetidas na mão esquerda e na direita a linha melódica se desenvolvendo.
A música clássica começa na segunda metade do século XVIII e foi definida como “arte pura”, com linhas perfeitas, conteúdo bem definido, coesão nas idéias, exibi claridade e beleza. É uma época oposta ao Barroco onde predominava a imperfeição e livre do aspecto religioso, ela alcança o belo absoluto.
A música no classicismo é livre tanto da intenção religiosa quanto popular ou da intenção de trabalho....o ideal estético agora é outro, é a elevação e desprendimento do espírito. A música é como um espelho, e reflete a alma.
Características técnicas do período: uso total do sistema tonal; mesmo com as obras vocais como a ópera, a missa, o oratório e a canção, houve a atenção predominante para a música instrumental ou chamada de pura; abandono gradual da polifonia; uso e firmamento da melodia acompanhada; abandono do baixo contínuo; atenção ao virtuosismo vocal e instrumental; a gama de instrumentos aumentam com o surgimento do piano e instrumentos na orquestra como flauta, clarineta, trompa, trombone, celo e contrabaixo; perfeição de estruturas; coerência entre as idéias principais (temas) e seus derivados (desenvolvimentos); uso da cadência perfeita (V-I) ou (IV-V-I) esta última é chamada de clássica direta e menos uso dos ornamentos, os trinados, por exemplo, eram geralmente colocados na complementação de períodos ou seções. Maior variedade e contraste numa peça (tonalidades, melodias, ritmos, dinâmica e timbres variados) e as melodias são mais curtas do que no barroco.
Principais formas musicais:
Sonata: primeiramente surgiu com a intenção de ser somente tocada ou suonada e depois como forma musical, veio se desenvolvendo desde o século XVI, era confundida com as suítes, isso porque a forma sonata utilizava os movimentos de dança na sua estrutura antes de tomar um vulto maior. Durante os séculos XVII e XVIII eram notáveis dois tipos desta forma de maior complexidade, a Sonata de Câmera ( Sonata de câmara ou salão) que seguia os moldes da Suíte e a Sonata da Chiesa (Sonata da Igreja) que nos lugares dos tempos de dança eram introduzidos os andamentos.
Em meados do século XVIII a sonata toma uma forma que se destacou das demais formas de sua época. Como foi citado, uso de andamentos em vez de tempos de dança, por exemplo: alemanda virou andamento rápido; sarabanda virou andamento lento; minueto virou minueto ou scherzo e giga virou andamento rápido final.
O plano tonal das sonatas clássicas e românticas era: 1ºmovimento (tonalidade principal); 2ºmovimento (tonalidade vizinha); 3ºmovimento (tonalidade vizinha – caso haja somente três movimentos, aí será na tonalidade principal) e 4º movimento (tonalidade principal).
A sonata primeiramente era monotemática (único tema para cada movimento) e no período clássico, um dos movimentos era sobre dois temas, normalmente no allegro, fazendo surgir a estrutura bitemática. Com Beethoven e com os compositores modernos surge a forma cíclica, abordando um tema ou mais e os mesmos sempre se repetem em todos os movimentos.
Os compassos e ritmos são indefinidos e compostos para obras de um ou um grupo reduzido de instrumentos (2-3-4-5- etc).
Exemplo de estrutura formal de uma sonata com dois temas:
Allegro: 1º - Masculino, de caráter mais rítmico. Na tônica do tom principal, o primeiro tema passa diretamente ao segundo movimento sem auxílio da ponte.
2º - Movimento, de caráter mais melódico. Geralmente na dominante do tom principal ou num outro tom vizinho.
No desenvolvimento, pode estar modulando para tons afastados.
A reexposição volta ao tom principal.
Lento: geralmente monotemático, em forma de canção, tema com variações, rondó ou outras. No lugar do lento pode estar outro que lhe seja equivalente como grave, lento, adagio ou andante. Pode estar na forma simples de uma canção, tema com variação, rondó ou ainda outras.
Minueto ou Scherzo: segue a estrutura vista no período anterior. O scherzo significa brincadeira ou diversão, é um minueto com andamento acelerado. O compasso continua ternário, mas às vezes aparece o binário.
Rondó ou Tempo Vivo Final: é um movimento de estrutura variável, geralmente aparece na forma do rondó ou no allegro do 1º movimento ou ainda aparecer como fuga, tema e variação e outras.
Sonata contemporânea
É muito usada atualmente, porém conserva raízes antigas como: aspecto instrumental; denominação dos movimentos por andamentos, alguns compositores trocam pelo nome de ritmos populares, folclóricos ou coisa parecida; estrutura ( rápido-lento-moderado-rápido), intenção de contraste.
As mudanças foram: cai o uso da tonalidade principal; melodia torna-se dura devido à falta do apoio tonal; linguagem harmônica livre; linguagem rítmica bem assimétrica e estruturas bastante liberais e ampliadas.
Trios, Quartetos, Quintetos
Neste período, são obras respectivamente para três, quatro e cinco instrumentos, na estrutura da sonata.
Concerto
Obra de caráter instrumental para um ou mais instrumentos solistas, acompanhados de uma orquestra. Movimentos e estruturas iguais à sonata, neste período. Seus três movimentos são iguais aos da sinfonia sem o minueto .
Sinfonia
Obra instrumental escrita para orquestra, normalmente com a estrutura forma da sonata clássica. Atualmente, a concepção de “clássica” já não é mais visto desta forma musical, e apresenta grande liberdade de linguagem e estrutura composicional. Haydn e Mozart aperfeiçoaram e enriqueceram a sinfonia durante a segunda metade do período.
Destaque para os compositores: Gluck (1714-1787), Mozart (1756-1791) e Beethoven (1770-1827).
Gluck, compositor e crítico, reformou a ópera, ele era contra ao fato da ópera seguir padrões estilizados. A ópera deveria seguir o libreto e não as necessidades dos cantores. Mozart deu um ar dramático à ópera. Beethoven atravessou duas eras, é visto como último compositor clássico e primeiro romântico, ele não compunha para agradar os patronos e sim para seu próprio prazer. Ele aumentou e expandiu as formas clássicas usadas por Haydn e Mozart, dá mais importância à coda, os movimentos lentos são bem intencionais, uso de acordes dissonantes e do contraste inesperado de timbres. Beethoven também aumentou o tamanho da orquestra que aparece na sua Nona Sinfonia.
Principais Compositores
Karl Philliphe Emanuel Bach, Muzio Clementi, François Gossec, Johann N. Hummel, Christoph Gluck, Nicola Puccini, Franz Joseph Haydn, Wolfgang Amadeus Mozart, Johann Cristian Bach, Domenico Paradisi, Giovanni Battista Sammartini, Johan Stamitz, Carl Maria Von Weber, Ludwig Van Beethoven.

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