A Musica dos Arabes
O som era produzido por um instrumento de sopro ou por um cantor enquanto o ritmo era dado pelos tambores.
O sistema musical possuía 17 notas. A música árabe foi adaptada à poesia métrica nos primeiros séculos da era Cristã e como modelos de ritmo usaram o passo do camelo e o galope do cavalo por causa dos seus passos cadenciados.
Havia instrumentos de corda, sopro e percussão. Havia o alaúde, rabeca, pequenas harpas, adufe (percussão) e a flauta doce que era o principal instrumento de sopro.
A música árabe influenciou a música européia, nos séculos XII e XV, isso porque os árabes do norte da África invadiram e ocuparam grandes zonas na Espanha, fundando em Córdova uma escola de música, é por isso que muitas danças espanholas têm sons árabes.
A Música dos Assírios, Babilônios e Caldeus
Pouco se sabe da arte desses povos, mas estava sempre ligada a magia.
A função da música entre os assírios e os babilônios era de animar as tropas nas batalhas, os suntuosos banquetes e festas nos tempos de paz.
Usavam instrumentos de corda, sopro e percussão. Utilizavam a lira, flautas, trombetas, gongo e os tímpanos
A Música na Idade Média
A Idade Média é um período que tem início com a conquista de Roma, capital do Império Romano do Ocidente, pelos comandantes germânicos no ano de 475(século V), e termina com a queda de Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente, tomada pelos turcos em 1453.
Uma das heranças do período de dominação romana na Europa durante a Idade Média foi o cristianismo. Aos poucos, a Igreja Católica cresceu, acumulou vastas extensões de terra, enriqueceu e concentrou um grande poder religioso.
Na Baixa Idade Média, o rei dos francos Carlos Magno, recebeu do papa Leão III o título de imperador do Saco Império Romano, assim o poder real se juntou ao da Igreja. Enquanto fora imperador, Magno fortaleceu o poder central e conseguiu conter as invasões bárbaras que ameaçavam a sociedade européia e sua morte deu início a um período de instabilidade política e reorganização social.
A morte do imperador Carlos Magno, em 814, desencadeou o enfraquecimento do poder central e obrigou as sociedades medievais a se reorganizar em torno dos grandes proprietários de terra, os senhores feudais. Uma pequena corte passou a se reunir em torno do senhor feudal. Dela faziam parte membros empobrecidos da nobreza, cavaleiros, camponeses livres e servos. Estavam unidos por uma relação de dependência pessoal: a vassalagem. Os moradores do feudo juravam defender as terras do senhor(seus suseranos) e, como seus vassalos recebiam o direito de viver na propriedade, cultivar parte das terras, além de receber proteção do suserano. A posição de destaque nessas cortes era ocupada pelos cavaleiros que, em tempos de ataques e invasões bárbaras, formavam o exército do senhor feudal.
As relações entre nobres, cavaleiros e senhores feudais era regidas por um código de cavalaria baseado na lealdade, na honra, na bravura e na cortesia.
Nas cortes dos senhores feudais, centros de atividades artísticas da Europa medieval, se exibiam os jograis: recitadores, cantores e músicos ambulantes que eram contratados pelo senhor para divertir a corte. As cantigas apresentadas pelos jograis eram compostas, quase sempre, por nobres que se denominavam trovadores, pois praticavam a arte de trovar. Nessa época o comportamento sentimental amoroso ficou conhecido como amor cortês, cortesia.
Assim, enquanto nos mosteiros e nas abadias circulavam os textos escritos em latim, nos castelos e nas cortes circulavam a literatura oral, produzida em língua local, voltada para a nobreza.
As cantigas de amor do Trovadorismo desenvolvem um mesmo tema: o sofrimento provocado pelo amor não correspondido, a coitada de amor.
Durante a Alta Idade Média, o poder da Igreja medieval era tão grande que o papa Inocêncio III(1198-1216) tornou-se o centro da vida política européia. Era ele quem coroava os reis, decidia disputas territoriais e excomungava príncipes que discordassem de suas decisões políticas.
O clero estimulava ainda as pessoas a acreditar que eram imperfeitas e inferiores e a buscar a redenção na total submissão à Igreja, que representava a vontade de Deus. Essa postura é denominada teocêntrica(Deus como o centro de todas as coisas e o ser humano como imperfeito e pecador).
Uma importante manifestação do poder da Igreja era seu controle quase absoluto da produção cultural, em uma época em que apenas 2% da população européia era alfabetizada, a escrita e a leitura estavam praticamente restritas aos mosteiros e abadias. Os religiosos reproduziam ou traduziam textos sagrados do cristianismo e obras de grandes filósofos da Antiguidade, como Platão e Aristóteles, que não representassem uma ameaça para a Igreja.
Como a circulação dos textos dependia da sua reprodução manuscrita, quase sempre feita sob encomenda, a divulgação cultural tornava-se ainda mais difícil, porque o número de cópias em circulação era bastante pequeno.
O uso do latim como língua literária foi outra herança do longo período de dominação romana na Europa o que também contribuía dificultar o acesso aos textos. Poemas e canções eram compostos em latim por monges eruditos que vagavam de feudo em feudo e, desse modo, divulgavam suas composições. A maior parte dessa produção abordava temas religiosos.
As cantigas medievais foram preservadas graças às coletâneas manuscritas conhecidas como cancioneiros: Cancioneiro da Ajuda, Cancioneiro da Vaticana, Cancioneiro da Biblioteca.
As cantigas líricas dessa época eram divididas em cantigas de amor e cantigas de amigo. Havia também as cantigas satíricas, de escárnio e de maldizer.
As iconografias sempre revelam a luta dos cavaleiros para suas damas, ou para resgatá-las do perigo.
Com o fim da Idade Média, poesia e música se separaram, mas a tradição das cantigas de amor permaneceu forte, o amor continuou a ser apresentado como sentimento que provoca sentimento de dor que torna a vida do apaixonado dependente de seu amor.
Cantochão
Para os grandes teólogos dessa época, a música deveria servir somente à religião e a sua prática fora da Igreja foi condenada ficando somente nos mosteiros e conventos. Apesar disso, sabe-se que existiu a música profana embora não se tenha registros, pois eram registrados pelo clero. A música profana certamente sobreviveu nas festas familiares e nas cortes.
A primeira forma musical foi o cantochão ou o cantus firmus ou ainda cantos planos, era uma música cantada em uníssono, monódica e cantada por homens, proibida a participação das mulheres.
No século IV, Santo Ambrósio(Bispo de Milão) iniciou a compilação dos cantos cristãos e os ajustou aos modos primitivos que ainda conservam seu nome: Modos Ambrosianos.
No século VI, o Papa Gregório I continuou a tarefa iniciada por Ambrósio, introduzindo reformas na organização da música religiosa e sua didática, acrescentou aos 4 modos Autênticos já existentes outros 4 chamados Plagais.
Assim o cantochão passou a ser chamado de Canto Gregoriano e criou-se o antifonário, o livro com o registro das músicas. O canto gregoriano existe até os dias atuais, também conhecidos como cantos litúrgicos e ritualísticos (cristianismo).
Formas musicais no canto gregoriano:
a) Aleluia: parte do ofício divino e da missa, é expressão de alegria.
b) Antífona: antifonar-se significa cantar alternadamente, mas passou a ser chamada a parte que prepara a execução do salmo, baseados no mesmo modo.
c) Gradual: são os 15 salmos(119 a 133) do breviário que em determinadas circunstâncias entoavam-se junto aos degraus do altar.
d) Hino: cântico de louvor para as divindades.
e) Impropério: trecho litúrgico, versiculado na forma responsorial que na sexta-feira Santa canta-se na Igreja, no solene ato da adoração da cruz.
f) Invitatorium: pequena antífona com o objetivo de convidar e preparar os fiéis para a celebração.
g) Missa: obra litúrgica dividida em 6 partes: kyrie, glória, credo, sanctus, benedictus e agnus dei. Os réquiens(missa dos mortos) são divididos em sete partes: introctus, sequentra, offertorium, sanctus, benedictus, agnus dei e communio. Haviam as partes fixas e móveis, estas mudavam de acordo com as festividades. Ex: Missa da Páscoa, Missa do Galo...
h) Responsório: recitação ou canto em que o celebrante ou os versiculários de um lado e de outro, cantam o coro alternados que são os textos litúrgicos da missa ou do ofício divino. Difere do responsório, o qual é um canto efetuado destacadamente do ofício divino.
i) Salmos: são os poemas em números de 150, compostos antes de Cristo que receberam a música do tipo gregoriano e que foram cantados pelos primeiros cristãos. Os santos Mártirer para aplacar seus sofrimentos e enfrentarem a morte, entoavam salmos por estes serem confortadores.
j) Salmodia: entoação dos salmos nos tons ou modos gregorianos.
k) Seqüência: inicialmente os primeiros vocalizes sem texto e posteriormente a palavra vocalizada, com estrutura livre.
l) Principais compositores: Santo Ambrósio, São Gregório Magno, Scotus Erigena, Frei Alcuíno, Aurelino Di Reome, Regino Von Prun, Remigio de Auxerre, Jean Cotton e Guido D’Arezzo.
m) Os livros litúrgicos eram: Missa( livro com o canto gregoriano e sua grafia), responsorial(livro que reúne em si os cantos da “vigília noturna”), antifonário(livro com os cantos da missa), lecionário-epistolário-evangelário(recitativos destinados aos diáconos jovens) e breviário(livro com a antologia dos cantos litúrgicos).
Baixa Idade Média
Vai do século V ao século IX, é também conhecida como a Ars Antiqua.
No século VI, São Bento fundou a ordem Beneditina tornando a música como uma constante na vida dos religiosos, seja missa ou no ofício divino (ofício das horas).
Nesta época não existia escalas e sim modos. Os modos gregos eram o eólio e jônico, os gregos concebiam a música como uma função social, por exemplo, para as guerras usavam o jônico, para festas outros e assim por diante. Os modos eclesiásticos eram os gregos só que modificados devido às guerras e invasões daquela época, eles eram: modo dórico(autêntico), frígio, lídio e mixolídio.
Nessa época o sistema musical era passado “oralmente” e o ritmo musical era subordinado ao texto que em latim quer dizer prosódia musical.
Com relação a parte teórica, a pauta era o tetragrama; as duas claves(dó e fá) eram colocadas em quaisquer linhas; notação neumática, abecedária e quadrada(todas passadas por tradição, assim como o andamento, ritmo e performance musical) e as pausas eram as cesuras.
A Missa foi uma das principais formas musicais.
As mesmas músicas tocadas na igreja também eram tocas nas cortes, só que com letras depravadas.
Quanto à sua estrutura, a música era composta por frases curtas e repetidas por grupos instrumentais alternados: tutti e ripieno, assim o tema era executado por todo o conjunto e depois repetido por apenas alguns instrumentos e suas famílias, proporcionando a execução, a possibilidade, dinâmica, intensidade, variação e timbre.
Além dos músicos, os aristocratas também podiam fazer música contanto que tivessem um ótimo relacionamento com o clero.
As cruzadas favoreceram o desenvolvimento da música profana e também o comércio, trazendo novidades quanto aos instrumentos musicais de uma forma geral. A música profana tinha a mesma estrutura que a sacra (sua base).
Apesar de ser somente permitido vozes masculinas, há composições com acompanhamento de vozes infantis e femininas através de uma interpretação moderna a pedido do Vaticano, como as missas festivas(Missa do galo...).
O canto gregoriano acaba por resultar no organum cujo plural é organa, logo o organum tinha como base o cantochão preexistente, eles eram:
a) Organum Paralelo: a voz organal(de órgão) é adicionada à voz principal, formando um intervalo de quarta ou quinta.
b) Organum Livre: a voz organal aparece acima da voz principal, seu estilo é nota contra nota.
c) Organum Melismático: a voz principal é chamada de tenor e sustentada por uma voz mais alta.
OBS: Melisma é diferente de ornamento, é um grupo de notas cantado numa única sílaba até a sílaba seguinte.
Descante era quando um cantor executava um organum melismático e o compositor colocava um tenor dentro do mesmo ritmo, usando as notas desse segmento de canto, porém com o andamento mais rápido.
As primeiras composições foram á capela, depois veio a participação do órgão e finalmente as vozes e instrumentos juntos. Nessa fase as vozes e os instrumentos possuíam a mesma importância e mesmo volume de som.
Nessa época, o compasso surgiu sob a forma de ars mensurabilis, ou seja, música medida e usava-se o sistema de hexacordes.
Os instrumentos viela de gamba(joelho) era na verdade um celo com o som mais fechado, a viela de brás com o som mais aberto e arrastado e a viela de roda arrastada e doce .
No século X-XI Guido D’Arezzo contribuiu com a evolução musical com a adoção das sílabas do Hino a São João(1º de cada verso) para denominar as notas musicais. A solmização e a invenção da pauta ainda são discutíveis, o SI veio de Sancte Johannes e o Dó foi trocado por UT por Florentino João Batista Doni, mas os franceses ainda conservam o UT.
Todas as notas naturais com a exceção do si podiam receber um bemol para evitar intervalos difíceis de entoar, como o trítono.
Cada nota quadrada já era denominada punctum.
Hucbald foi monge(840-950) da Bélgica. Dizem que Guido D’Arezzo roubou sua idéia quanto ao desenvolvimento teórico musical.
Os compositores mais influentes dessa época foram Perotin(XII/XIII) e Leonin(XII) que são derivações francesas de seus nomes latinos Leoninus e Perotinus, e por sua vez são diminutivos de Leon e Pierre.
Alta Idade Média
Vai do século X ao XV e ficou conhecida como Ars Nova.
Musicalmente, tudo o que não era mais uníssono já era visto como polifônico e o uso de intervalos de terças e sextas.
As principais aquisições musicais dessa época foram proporcionadas pelas cruzadas e por isso algumas músicas lembravam música oriental. A música desse período continuou sendo composta por frases curtas, tutti e ripieno, por vezes monótonas e limitados, havendo “diálogos instrumentais”, ex: três grupos de instrumentos.
Durante a Ars Nova predominou: prosódia musical; maior flexibilidade da fraseologia proporcionada pelos textos poéticos ricos e livres; utilização de polifonia contrastante (dissonância) do que combinação; utilização dos modos e os timbres variados das diversas famílias – consorts- dos instrumentos medievais: sopro-corda-percussão. OBS: os consorts deram origem à orquestra.
Organa paralelo, livre e melismático desencadearam posteriormente na polifonia, contraponto, fuga, cânone e tonalismo. O organum era sempre em movimento reto ou paralelo e o descante era o mesmo que organum, porém com movimento contrário.
O gymel era a utilização do intervalo de terça e o fabordão ou falso bordão era um gymel ao qual se acrescentou um intervalo de sexta, ficando assim três vozes em terças e sextas com relação à nota mais grave (voz principal) que não é a fundamental(que seria o verdadeiro bordão, daí que veio a denominação de falso bordão). Ex: mi-sol-do ao invés de do-mi-sol.
Na Ars Nova aparecem registros para música profana e continua o processo quanto a utilização dos instrumentos assim como o desenvolvimento dos mesmos, bem como o desaparecimento de alguns instrumentos.
A Alta Idade Média e a Renascença se confundem pela transição dos períodos e compositores, ficando muitas características da Ars Nova absorvidas no Renascimento, como por exemplo: família de instrumentos (sopro-corda-metais-madeiras-percussão), utilização da técnica, da concentração tímbrica (tutti e ripieno), a técnica do ripieno e concertino e surge a idéia de grupos solistas.
As formas musicais eram: balada, canção, estampida(canção dos trovadores provençais), jeu(canção dialogada dos trovadores, geralmente ligadas ao amor) foi o embrião da ópera, madrigal(no início era cantado a uma só voz com acompanhamento e no Renascimento os polifonistas se apoderaram)os textos dos madrigais eram escritos em italiano e por isso madrigal italiano, pastorela(relativo), romança(tem como objetivo narrar aventuras galantes), rondó, saltarelo(ritmo ternário 3/8 ou 6/8), virelai(tipo de balada medieval vindo de uma região de Normandia e muito em voga nos séculos XII e XIV.
Por vezes a música era escrita para um determinado grupo/família de instrumentos, entretanto, as composições escritas a várias vozes eram executadas pelas diversas famílias de instrumentos existentes no local. Algumas músicas foram escritas com letra para serem executadas para coro bem como pelas diversas famílias de instrumentos.
Os principais autores foram: Leoninus, Adam de La Halle, Francon de Colônia, Walter Oddington, Phillipe de Vitry, Francisco Landeno, Jacopo de Bologna, Pietro Casella, Leonel Power, Reginaldus Lebert, Jean Cigone, Perotinus, Marchettus de Pádua, Petrus de Cruce, Guillaume de Machaut, Jean de Murris, Giovanni de Cascis, Vincenzo de Armani, John Dunstable, Arnaud Vidal, Antonelle de Casera e Geraldello de Florença.
Surge a organologia, vários teóricos estabelecem métodos científicos de classificação dos instrumentos musicais como: Praetorius, Mercene, Agrícola, Virdieng, Bona... A riqueza instrumental favoreceu o aparecimento de novas formas musicais.
Principais instrumentos medievais: galubé, tamboril, charamela, corneto, órgão, carrilhão, cítola ou cistre, harpa, viela de roda, de gamba e de brás, rebec ou rabeca, saltério, flauta doce, trompete, alaúde, gaita de fole, címbalos, triângulos, tambores diversos e outros.
Muitas informações também vieram através da iconografia (pintura, quadros, desenhos, livros...).
O grande teórico dessa época foi o Bispo Phillipe de Vitry e o músico com destaque foi Guillaume de Machaut, escreveu vários motetos e canções e sua maior obra foi a “Missa de Notre Dame” (Missa de Nossa Senhora).

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